12 de fevereiro de 2008

Sweeney Todd

Sweeney Todd (2007), de Tim Burton



A primeira vez que se ouviu falar no nome Sweeney Todd foi num conto escrito por Thomas Pecket Prest, publicado em 1946 e logo adaptado para o teatro. Na década de 70, Stephen Sondheim e Hugh Wheeler deram origem ao famoso espetáculo musical. Mas há quem acredite que de fato tenha existido um barbeiro responsável por mais de 160 assassinatos na Londres do século XVIII.

Com base nessa lenda, o diretor Tim Burton resolveu levar às telas a história do barbeiro assassino. Uma incrível tragédia gótica sobre vingança que mistura os gêneros que formam as obsessões do cineasta acrescentada de uma boa dose de violência e humor negro. A condução dessa jornada de sangue e vingança é conduzida com muita habilidade por Burton, que já possui experiência com suspense e musical.

Alguns números musicais são explicativos por demais, outros substituem os próprios diálogos, e acabam soando inadequados, ao invés de dar o tom onírico que deveria. Mas existem outras seqüências muito bem aproveitadas e executadas pelos atores, como o número na praia, ou aquela em que Johnny Depp solta a voz enquanto corta as gargantas de suas vítimas.

Depp, aliás, repete pela sexta vez a parceria com o diretor no papel do macabro barbeiro. O desafio de atuar e cantar lhe rendeu uma merecida indicação ao Oscar de melhor ator neste ano. O filme ainda foi indicado nas categorias de figurino e direção de arte, outros atrativos à parte. O visual gótico cinzento faz referencia ao estado de espírito do protagonista: perturbado com sede de vingança, enquanto os bons momentos vividos e relembrados por ele, possuem um tratamento visual claro e carregado de cores.

Sweeney Todd satisfaz perfeitamente os amantes do cinema de Burton e apreciadores de musicais. Mas exige um pouco de paciência para o publico que têm aversão ao gênero e, até mesmo, não possui estômago para agüentar alguns litros de sangue sendo derramado a esmo dos pescoços daqueles que se sentam na cadeira do demoníaco barbeiro da Rua Fleet.

por ronald