3 de março de 2008

Quase desesperando por ainda estar sem computador, postando no trampo, breves impressões sobre alguns filmes que vi:

O Quarto Verde (1978), de François Truffaut: O próprio Truffaut interpreta o protagonista, um jornalista amargurado pelas lembranças da falecida esposa. Ele conhece uma moça com um problema similar ao seu e resolvem fazer um altar para ascender velas aos seus mortos. O Quarto Verde é um belo filme de um Truffaut mais sereno, poético e filosófico sobre as questões da perda e da forma como os mortos ainda fazem parte da vida dos vivos.

Meu Nome é Ninguem (1973), de Tonino Valerii e Sérgio Leone: Meu Nome é Ninguém é um western estranho. Não sei até que ponto vai a direção de Leone e a de Valerii, mas a falta de informações claras no início pode tirar um pouco a atenção do publico. Aos poucos a história e a própria narrativa ganham coesão. É um filme de momentos isolados. A visão de um todo é irregular, mas seqüências como Terrence Hill atirando nos copos no bar são memoráveis.

Viver (1952), de Akira Kurosawa: Um dos filmes mais interessantes de Akira Kurosawa. Trata de um homem que, após descobrir um câncer, passa os últimos meses que lhe resta em busca de algo que faça significar sua existência. Viver foge do óbvio e dos clichês dos filmes sobre encontrar um sentido na vida. Kurosawa entrega uma história sobre envelhecer e não ter feito nenhuma realização. E algo deve ser dito quanto a análise do burocrático processo que até hoje, passados mais de meio século, ainda se instala nos órgãos públicos.