14 de maio de 2008

O Túmulo dos Vagalumes (1988), de Isao Takahata

Filmes de guerra geralmente são recheados de explosões, tiroteios, víceras e muitos cadáveres. Uns se esforçam para mostrar esses horrores de forma poética como Além da Linha Vermelha, outros mais dramáticos como A Lista de Schindler, porém poucos fazem de maneira tão comovente como Túmulo dos Vagalumes. Antes de falar sobre o filme, vale ressaltar o fato do mesmo ser uma animação japonesa. Talvez isso crie uma certa repulsa em alguns, por sempre acharem que desenhos são para crianças. Mas a experiência de assistir Túmulo dos Vagalumes não seria a mesma se fosse com atores de verdade. O filme conta a história de Seita e Setsuko, dois irmãos que perdem a mãe durante os constantes ataques aéreos norte-amercianos ao Japão. O primeiro é um adolescente responsável e ao mesmo tempo despreocupado, a segunda é uma menininha de uns 4 anos de idade. O filme já começa com um clima bastante carregado, mostrando Seita em seus últimos segundos de vida, perecendo de fome. No decorrer do filme o espírito dele nos acompanha com breves comentários e explicações sobre como as coisas aconteceram. Spoilers à parte, a história choca do início ao fim, conseguindo emocionar o mais durão dos marmanjos. Faço das palavras de Roger Ebert as minhas, é um filme obrigatório em qualquer lista de melhores filmes de guerra. Não se deixe enganar pelo visual e confira essa preciosidade que não poderia vir de outro estúdio a não ser o Studio Ghibli, cujo diretor é ningém menos que Hayao Miyazaki.


Texto escrito por Monsenhor, que já colaborou com mais frequencia por aqui em tempos remotos...