24 de fevereiro de 2007

Especial Oscar 2007.


É pessoas, não tem mesmo muito jeito. É todo ano a mesma ladainha... Quando anunciam os indicados à estatueta dourada, sobram surpresas. Não importa o que digam - nem sempre os cinco indicados são os nomes mais óbvios, os mais festejados, e sequer os que merecem. Fato é que se um filme vier a levar todas as estatuetas a que fora indicado, seriam no máximo seis para enfeitar a sua capa de DVD - o que pode acontecer com A Rainha, Babel, Dreamgirls ou com a grande surpresa da festa: O Labirinto do Fauno. Aliás, surpresa nenhuma, já que a fita de Del Toro foi um dos poucos que mais bem representou o poder da narrativa cinematográfica no ano passado. Pros leitores do cine art, seguem cinco mini-resenhas dos indicados ao Oscar de melhor filme este ano. Façam suas apostas! (;

felipe, editor especial cine art.

-----

Cartas de Iwo Jima



Letters From Iwo Jima, EUA, 2006. DE Clint Eastwood. COM Ken Watanabe, Kazunari Ninomiya, Tsuyoshi Ohara, Ryo Kase. 140 min. Warner. DRAMA.

Quando Eastwood resolveu recontar a história da tomada da ilha de Iwo Jima pelos americanos durante a Segunda Guerra Mundial, ele certamente não imaginava ir mais além de A Conquista da Honra - que chegou a ganhar força para o Oscar, porém perdeu gás. Mas o cineasta viu uma trama mais rica do outro lado das trincheiras e filmou, quase que simultaneamente e em japonês. Cartas..., que reconstrói o lado perdedor e a vida do general Kuribayashi (Watanabe, magnífico) de maneira delicada e única, superando até mesmo o (bom) longa "americano".
por felipe

Pequena Miss Sunshine


Little Miss Sunshine, EUA, 2006. DE Jonathan Dayton e Valerie Faris. COM Abigail Breslin, Greg Kinnear, Alan Arkin, Toni Collette, Steve Carell, Paul Dano. 101 min. FOX. COMÉDIA.

Alternando o drama melancólico à cenas de humor negro, sempre relacionados às dificuldades de seus personagens, Pequena Miss Sunshine flui perfeitamente ao som da bela trilha sonora, excelentes atores e a direção que envolve o publico de forma sedutora, emocionando, divertindo e tocando em questões importantes da vida, como a união familiar. Impossível não se identificar.

por ronald

A Rainha



The Queen, Inglaterra/França/Itália, 2006. DE Stephen Frears. COM Helen Morren, Michael Sheen, James Cromwell. 97 min. Europa. DRAMA.

Talvez o mais inusitado de todos os indicados, A Rainha surgiu aos poucos (ovacionada no Festival de Veneza, estreou no Reino Unido e, só depois foi percebida pelos críticos americanos) e chega ao Oscar com forte pinta de estraga-festa. O que não deixa de ser extraordinário se levarmos em conta que a obra de Stephen Frears é um retrato íntimo da família real britânica nas semanas que sucederam à morte da ex-princesa de Gales, Diana. Cortesia do diretor de fotografia, o brasileiro Affonso Beato.

por felipe

Os Infiltrados


The Departed, EUA, 2006. DE Martin Scorsese. COM Leo DiCaprio, Jack Nicholson, Matt Damon, Mark Wahlberg, Alec Baldwin. 152 min. Warner. POLICIAL.

Talvez esse seja o ano de Scorsese. Os Infiltrados é o melhor trabalho do diretor em muitos anos e conseguiu reunir um elenco de classe numa frenética trama policial baseado em Conflitos Internos, filme de Hong Kong. Simples, mas muito bem pensado, com um elenco super afiado (Nicholson e Di Caprio estão fenomenais), um roteiro bem escrito com muitas situações envolventes, e uma trilha sonora arrebatadora causou um grade efeito nos fãs do cineasta.


por ronald

Babel

Babel, França/USA/México, 2006. DE Alejandro Gonzáles Iñárritu. COM Brad Pitt, Cate Blanched, Mohamed Akhzam, Peter Wight. 142 min. Paramount. DRAMA.

Dos indicados a melhor filme, Babel é o que possui a proposta mais séria, apesar de ser bastante irregular. Mas é um bom filme e demonstra mais uma vez o talento de Alejandro Gonzáles Iñarritu em filmar dramas humanos em situações extremas. Mas o que incomoda é que Iñarritu e o roteirista Guillermo Arriaga repetem pela terceira vez a mesma fórmula. De certa forma, funciona e conta com momentos e situações criativas, porém parecem cada vez mais óbvias de maneira geral, perdendo aquele tesão que Amores Brutos (00) proporcionou, por exemplo.

por ronald