26 de fevereiro de 2007

A Conquista da Honra

... e retornamos à nossa programação normal.

A Conquista da Honra



Flags of Our Fathers, EUA, 2006. DE Clint Eastwood. COM Ryan Phillippe, Jesse Bradford, Adam Beach, Paul Walker. 132 min. Warner. DRAMA/GUERRA.

Para os soldados americanos, o objetivo em Iwo Jima era de conquistar uma posição estratégica dentro do território japonês e, após uma das mais sangrentas batalhas da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos conseguem ocupar um pedaço do território e erguem uma bandeira americana. É justamente nesse ato que Clint Eastwood estrutura A Conquista da Honra.

O filme não trata exatamente da guerra e suas batalhas, mas sim da bandeira, na verdade, a foto que foi tirada no momento em que soldados americanos fincam o mastro e suas repercussões no mundo, principalmente nos Estados Unidos e internamente entre os próprios combatentes. O foco é direcionado em três soldados que ajudaram a levantar a bandeira e que ganharam o status de heróis por aparecerem na foto.

A famosa foto renovou a esperança dos soldados americanos, virou um símbolo de conquista. Sabendo disso, o governo utiliza esses mitos em prol do estado, transformando-os em garotos-propaganda para arrecadar bônus e financiar ainda mais a Guerra. Porém, a figura do mito começa a desandar entre os próprios personagens que não conseguem mais viver a mentira, omitindo aquilo que realmente aconteceu.

Clint analisa, desta forma, a formação de um mito a partir de uma imagem e indaga sobre a condição do herói. Pois a realidade é realmente o contrário. Sendo assim, o diretor revisita um dos grandes mestres do cinema, John Ford, em O Homem que Matou o Facínora (62), a história de um homem que recebe a fama por um ato que não cometeu. A criação de um mito sem a verdadeira história chegar à tona. A Conquista da Honra é exatamente isso. Os três soldados intitulados heróis é o resultado da manipulação do governo em torno da imagem criada.

A Conquista da Honra é um filme muito bem pensado e o seu problema se situa na complexividade narrativa em abusar de flash backs que quebram o ritmo de forma desnecessária, tornando o filme cansativo. Mas Clint é um diretor muito competente e sabe transmitir com louvor a mensagem que quer passar e ainda sobra espaço para impressionantes cenas de batalhas. Não satisfeito em contar apenas essa história, o diretor resolveu mostrar o outro lado da moeda. Além de A Conquista da honra, temos Cartas para Iwo Jima, indicado ao Oscar de melhor filme, que teve Os Infiltrados como o grande vitorioso da noite.

por ronald