



EUA, 2004. DE Zach Braff. COM Zach Braff, Natalie Portman, Ian Holm, Peter Sarsgaard. 102 min. Buena Vista. COMÉDIA.

Zach Braff vive Andrew Largeman, um aspirante a ator em Los Angeles que se sustenta como garçom. Sua rotina pe servir mesas, fazer testes e se intupir de lítio e outros remédios receitados por seu pai psicanalista (Holm), com quem não fala há anos. Largeman vive uma existência de zumbi, num limbo de drogas que ele resolve deixar para trás qo retornar para casa por ocasião do enterro da mãe. Longe dos medicamentos, Largeman recupera o contato social com amigos de juventude (como o coveiro vivido por Sarsgaard) e ainda se envolve com uma menina tão desajustada quanto ele (Portman, desajustada, mas bela, sempre) – ou seja, o rapaz sente gosto por voltar a viver e toma coragem para confrontar o pai, que o mantém medicado por conta de um trauma de infância.
O filme em si é sobre a falta de comunicação entre pai e filho e o quanto isso pode tolher as duas vidas em questão. Ainda assim, Braff deixa o conflito de Andrew e o pai para segundo plano, preferindo mostrar o acordar para a vida do protagonista. Nuna seqüência, o diretor cita outro personagem castrado pelo pai, o Cameron do eterno Ferris Bueller’s Day Off, ao mostrar Largeman dormindo em um quarto todo branco com uma secretária eletrônica ao lado – exatamente a mesma cena do clássico dos anos 80. São momentos bem sacados como esse que deixa claro que Zach Braff tem talento para contar histórias.
Por Felipe Mappa
THX 1138




EUA, 1971. DE George Lucas. COM Robert Duvall, Donald Pleasence, Maggie McOmie. 88 min. Warner. FICÇÃO CIENTÍFICA.

O filme conta a história de THX 1138, vivido por Robert Duvall, um cidadão simples que vive numa sociedade no qual a mente e o corpo são controlados pelo governo. O controle é feito através de poderosas drogas que são obrigatórias para todos os cidadãos. Além disso, qualquer forma de liberdade e amor são crimes gravíssimos. Há algumas mensagens tiradas dessas situações como a questão de liberdade, mas não esperem nada forçado como em Coração Valente, por exemplo. As mensagens estão lá para serem percebidas e não expostas.
Uma das proezas do filme é a excelente direção visionária de George Lucas, experimentando várias técnicas e enquadramentos dando um belo tratamento de imagem. Sua visão de futuro é simples e minimalista, em alguns momentos o cenário é um branco total e todos os habitantes deste futuro possuem as cabeças raspadas. Seus filmes subseqüentes foram mais aceitos pelo publico, porém THX 1138 é, de longe, o seu melhor trabalho (sim, melhor até que a série de Star Wars, pelo menos pra mim...) e foi redescoberto graças aos aprimoramentos digitais de restauração e o lançamento em DVD no Brasil, ano passado, numa versão dupla e recheada de extras.
Por Ronald Perrone