11 de abril de 2007

Cantando na Chuva

À minha musa...

Cantando na Chuva



Singin' in the Rain, USA, 1952. DE Stanley Donen e Gene Kelly. COM Gene Kelly, Donald O'Connor, Debbie Reynolds. 103 min. MUSICAL.

Dentre todos os musicais que eu vi, Cantando na Chuva foi o mais divertido e poucos continuam, ao longo dos anos, tão atuais. O filme é uma experiência transcendental e todos os apaixonados, não só por musicais, mas pelo cinema, não podem perdê-lo.

A história de Cantando na Chuva é sobre a produção de filmes. Claro que há uma historinha romântica, como de praxe na maioria dos musicais, mas é muito bem contextualizado na indústria cinematográfica num período de transição: a mudança do cinema mudo para o cinema falado. O filme trata disso com bastante veracidade. Os produtores escondiam os microfones da vista da platéia e o publico gargalhava ao ouvirem as vozes dos seus artistas favoritos pela primeira vez.

Mas o grande prazer são os números musicais. Seus três astros, Gene Kelly, Donald O’Connor e Debbie Reynolds devem ter ensaiado incansavelmente seus números de dança, que envolvem alarmantes acrobacias arrebatando vertiginosamente a cada apresentação. O número de dança “Singin’in the Rain”, do encharcado Gene Kelly é a mais memorável do filme (alguns até dizem do cinema), mas a do engraçado Donald O’Connor em “Make’em Laugh”, particularmente é superior, no qual o personagem se contorce como nos filmes pastelões.

O estilo de dança de Kelly e O’Connor era mais robusto e acrobático em relação ao grande mestre Fred Astaire. A dança de O’Connor em “Make’em Dance” é uma das mais espantosas e filmadas em longos planos seqüência. Já na cena em que Kelly realiza “Sing’in the Rain”, várias mudanças foram feitas até se tornar o que é. No roteiro original, o numero seria no final e incluiria os três protagonistas. Porém Kelly transformou no formato solo e muda para se apresentar logo após que ele e a jovem Kathy (Reynold) percebem que estão apaixonados. Isso explica porque ele não se importa em ficar molhado está embriagado pelo amor.

O encanto de Cantando na Chuva continua em cada apresentação musical, na simpatia de seus personagens e na originalidade da sua estrutura. Itens que Hollywood não conseguiu repetir e foi enfraquecendo com o tempo. Poucos musicais, após Cantando na Chuva, merecem destaque pela originalidade, o que dá mais saudade ainda do filme e de suas sensações gloriosas.

por ronald