1 de junho de 2006

Meu Ódio Será Sua Herança e Os Implacáveis

Meu Ódio Será Sua Herança



The Wild Bunch, USA, 1969. DE Sam Peckimpah. COM William Holden, Ernest Borgnine. 134 min. Warner. WESTERN

Sam Peckinpah passou à história como o "esteta da violência", servindo de pavimento para os Walter Hills e Tarantinos da vida que vieram depois. Ao criar uma linguagem e definir o tom certo para fitas tão dramáticas quanto sanguinárias, o cara corrompeu a nossa inocência, mas, também, ofereceu um viés deveras mais honesto da agressividade humana. Esse western talvez seja a a sua obra quintessencial - é uma história anticonvencional, em que, por força das circunstâncias, acabamos torcendo por uma quadrilha de foras da lei (liderada por um ótimo William Holden) quando esta se torna presa de gente ainda mais amoral e perigosa do que ela. Genial. Mesmo.
Por Felipe


Os Implacáveis



The Getaway, USA, 1972. DE Sam Peckimpah. COM Steve McQueen, Ali MacGraw. 122 min. Warner. AÇÃO

É interessante como uma simples história de um filme de crime e ação pode muito bem virar uma obra prima do gênero nas mãos de alguém como Peckinpah. O mesmo não aconteceu em 1994, quando Roger Donaldson fez a refilmagem de Os Implacáveis com Alec Baldwin e Kim Basinger. O filme se chamou no Brasil de A Fuga. Uma verdadeira bomba. Na primeira versão, Steve McQueen vive um preso que consegue um acordo com um político corrupto para sair da prisão, mas em troca tem de roubar um banco no Texas e dividir o dinheiro com o tal político. Para isso, conta com a ajuda de sua própria mulher (MacGraw) e dois capangas que Beynon (o político) lhe mandou. Logo se vê envolvido num perigoso jogo de traição onde Peckinpah pode brincar com seu estudo sobre a violência mesclada com os artifícios cinematográficos (camera lenta, edição) que influenciou vários diretores hoje em dia. Mais uma vez, Peckinpah vai contra os costumes (na época era) e inverte o papel mocinho e bandido como em Meu Ódio será Sua Herança e Tragam-me a Cabeça de Alfredo Garcia. De acordo com as circunstâncias, somos obrigados a torcer pelo vilão. Mesmo que seja um vilão bonzinho.
Por Ronald