3 de setembro de 2007

Possuídos (Bug), de William Friedkin



Não é porque Possuídos foi nomeado dessa forma que tenha alguma relação com o tema de O Exorcista, por exemplo, um outro dos grandes trabalhos do diretor Willian Friedkin. Mas que título brasileiro cretino esse também. Na verdade, o filme é um profundo estudo psicológico onde seus personagens estão sim, possuídos, mas pela insanidade, paranóia e teorias conspiratórias governamentais envolvendo insetos, e apesar da rápida metamorfose mental, o resultado é tão estranho e perturbador quanto pegar seus pais transando depois de velhos. A grande sacada disso tudo é a forma como os atores se comportam e modificam gradativamente o ambiente e o equilíbrio psicológico. Seus personagens possuem características e ações muito frágeis e poderiam cair no ridículo facilmente, mas é com segurança e talento que o elenco - principalmente Asheley Judd e Michael Shannon - serve de base para que todo restante funcione. Além disso, a direção de Friedkin é de um controle absurdo, já que delimita a ação narrativa dentro de um espaço fechado durante todo o filme, que é perfeito para a criação de uma atmosfera densa e pesada, causando ainda mais estranheza. Friedkin, após um longo hiato, finalmente soube não decepcionar seus fãs que há muito tempo esperava uma obra de peso. Operação França, o já citado O Exorcista, Parceiros da Noite e Viver e Morrer em Los Angeles são só alguns exemplos de importantes filmes do cinema americano e que constam na filmografia do diretor.

por ronald



The Science of Sleep, de Michel Gondry



O delírio visual de uma experiência onírica um tanto desperdiçada numa película ingênua e bobinha até certo ponto, mas não deixa de ter seu interesse, principalmente nas seqüências dos sonhos que são de imensa criatividade por parte do diretor francês Michel Gondry. The Science of Sleep perde um pouco do seu poder narrativo durante a trama, diferente do filme anterior do cineasta, Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembrança, mas se sustenta pelo padrão visual e alguns achados de direção.

por ronald



Escravas do Medo (Experiment in Terror), de Blake Edwards



Blake Edwards ficou conhecido pelas comédias em parceria com Peter Sellers como Um Convidado bem Trapalhão e A Pantera cor de Rosa. Mas também foi um excelente realizador de suspenses policiais, como é o caso de Escravas do Medo, onde duas irmãs são chantageadas por um bandido psicopata que pretende usar uma delas para assaltar um banco. O diretor demonstra bastante habilidade em criar atmosferas do gênero apesar de manter uma certa ingenuidade. Algumas seqüências são belíssimos trabalhos estéticos, como a cena na casa da mulher que produz manequins e Glen Ford como o implacável detetive do FBI dá um tom ainda mais estiloso ao filme.

por ronald


Glen Ford manda bala em Escravas do Medo (1962)