28 de dezembro de 2007

2007

Melhores de 2007

Queria ter visto mais, porém, fiquei satisfeito com o resultado de ótimos filmes que eu pude conferir. A lista se restringe somente aos filmes que estrearam comercialmente no Brasil em 2007, portanto, filmes como Redacted, do Brian de Palma, Senhores do Crime, do Cronenberg e até o Death Proof, do Tarantino ficaram de fora.

Não elegi em ordem de preferência. Não tive tempo de rever os filmes do inicio do ano. Talvez o meu preferido seja Exilados, do Johnnie To, ou Medos Privados em Lugares Públicos do Resnais, ou até mesmo Bug, do Friedkin... realmente não sei. Por isso coloquei em ordem alfabética os 20 melhores filmes de 2007, segundo a opinião deste editor.



Os Anjos Exterminadores, de Jean Claude Brisseau
O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford, de Andrew Dominik
Babel, de Alejandro G. Iñarritu
Bug, De Willian Friedkin
Cartas de Iwo Jima, de Clint Eastwood



A Comédia do Poder, de Claude Chabrol
Os Donos da Noite, de James Gray
Exilados, de Johnnie To
Extermínio 2, Juan Carlos Fresnadillo
O Grande Chefe, de Lars Von Trier



O Hospedeiro, Bong Joon-ho
Império dos Sonhos, de David Lynch
Maria, de Abel Ferrara
Maria Antonieta, de Sofia Coppola
Medos Privados em Lugares Públicos, de Alain Resnais



Planeta Terror, de Robert Rodriguez
O Sobrevivente, de Werner Herzog
Sunshine, de Danny Boyle
Time, de Kim Ki Duk
Zodíaco, de David Fincher

Não entraram outras excelentes produções, algumas do mesmo nível dos filmes listados acima, mas por algum motivo acabaram ficando de fora, como Sombras de Goya, Os indomáveis, Tropa de Elite, O Ultimato Bourne, Ventos da Liberdade, A Conquista da Honra e dois blockbusters que me suspreenderam: Transformers e 300.

Um 2008 com bastante cinema para todos vocês!
Voltaremos em Janeiro!

26 de dezembro de 2007

O Homem que Qeuria ser Rei

O Homem que Queria ser Rei (1975), de John Huston



Um dos grandes prazeres é ver o desempenho de Michael Caine e Sean Connery, dois monstros do cinema, nesta parábola de John Huston sobre ganância e ambição. Caine com seu ar de nobre inglês e Connery com seu estilo robusto escocês vivem dois aventureiros que viajam para terras remotas do oriente médio com o objetivo de se tornarem reis de um local específico para depois fugirem com toda riqueza. Antes de escalar a dupla protagonista, Huston havia tentado levar a história às telas ainda na década de 50 com Clark Gable e Humphrey Bogart, depois com Burt Lancaster e Kirk Douglas e também com Robert Redford e Paul Newman. Outra sacada é a direção de Huston, cujo resultado nunca soou tão contemplativa, um belíssimo tratamento visual da paisagem explorando a região montanhosa que dá ao filme um sentido épico e de grandeza filosófica.

por ronald

24 de dezembro de 2007

Rapidinhas

Rapidinhas:

Valente, de Neil Jordan: Versão feminina de Desejo de Matar no melhor estilo Vigilant Movie. Jodie Foster exterioriza um trauma violento com uma arma carregada pelas noturnas ruas de Nova York enquanto o diretor irlandês Neil Jordan exercita seu estilo e não poupa o publico de um banho de sangue.

30 Dias de Noite, de David Slade: O grande problema aqui é a irregularidade. No meio de tanto lixo, encontra-se boas seqüências de violência visual, além da excelente fotografia de Jo Willems, tudo desperdiçado num roteiro idiota com personagens imbecis.

Redacted, de Brian De Palma: Pretendo detalhar futuramente. Se trata de uma versão mais realista de um acontecimento similar ao do filme Pecados de Guerra, também do De Palma. Aqui ele utiliza vídeos encontrados na internet e uma linguagem pseudo-documental para expor com veracidade os horrores da guerra do Iraque e o papel das novas mídias em meio às situações abordadas. O resultado é mais assustador que muito filme de terror por aí.

Senhores do Crime, de David Cronenberg: O genial diretor canadense surpreende mais uma vez com essa história séria e simples, mas incrementada com as idiossincrasias cronenberguianas e Viggo Mortessen repete a parceria com o diretor em seu melhor desempenho. O balé performático da violência estética na cena da sauna já nasceu antológico! Devo escrever mais sobre ele também...

18 de dezembro de 2007

O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford

O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford (2007), de Andrew Dominik



O western ainda pode ser considerado um território fértil para contar boas histórias que retratam os mais variados temas fundamentais da humanidade e não somente histórias de cowboys brutamontes montados em cavalos e cuspindo para lado como muita gente pensa. Basta ver os filmes de um John Ford, como Rastros de Ódio e O Homem que Matou o Facínora, por exemplo.

O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford é um western épico que trata de um amor platônico que surge da admiração de um fã, Robert Ford, pelo seu ídolo de infância, Jesse James. Mas não se trata de um amor homossexual, ou uma paixão gay estilo Brokeback Mountain. Mas um amor de olhar e da vontade de ser aquele ídolo. Não de penetrá-lo, mas admirá-lo em cada detalhe do corpo e cada gesto até desejar transformar-se nele. E na criação do vínculo entre essas duas peças de xadrez que o diretor Andrew Dominik esquematiza seu filme.

Ao diretor, o que parece lhe interessar também é a qualidade visual; o resultado é de pura poesia estética que remete a diretores como Terrence Malick de Cinzas do Paraíso. Várias outras influencias ficam evidentes nas escolhas estéticas do diretor, como por exemplo a violência explícita e visual, lembrando um Sam Peckinpah, usada de forma sutil e sem exageros, que favorece muito o produto.

O Jesse James de Brad Pitt, sem a maquiagem habitual que o deixa com ar de galã, é um dos trabalhos mais desafiadores na sua carreira de ator, e o faz com extrema confiança. Vive um bandido ameaçador que conquista um certo carisma perante o público mesmo com a sua morte anunciada no próprio título do filme. Mas é Casey Affleck, interpretando Bob Ford, que ofusca o brilho de Pitt com sua cara ingênua e sua paixão enrustida por Jesse. É um personagem que deseja ser outro, e Casey merece todo reconhecimento pela atuação.

Mas não é só pelas duas estrelas que o filme é dominado. O Assassinato de Jesse James... possui profundidade de texto suficiente para repercutir em torno de vários personagens e preencher os 160 minutos de duração, e apesar de longo, da narrativa lenta e dos excessos, as situações criadas no roteiro, a beleza da fotografia de Roger Deakins, a poética trilha sonora de Nick Cave e Warren Ellis e o show de elenco são suficientes para deixar o espectador mais reflexivo atento aos desdobramentos e obter um lugar garantido entre os melhores filmes de 2007.

por ronald

17 de dezembro de 2007

Control

Control (2007), de Anton Corbijn



O filme inglês Control é um perfeito exemplar de como deveriam fazer biografias de artistas musicais. Logo me veio à mente o filme Dois Filhos de Francisco, que é justamente o oposto, na minha opinião. O foco aqui é contar a história de Ian Curtis mostrando situações e pontos chaves de sua curta vida, mas não se aprofundar e tentar entender o personagem. E a grande sacada do diretor Anton Corbijn foi essa, já que Curtis possui uma áurea enigmática, um mistério de reações imprevisíveis e tentar penetrar essa barreira poderia colocar tudo risco. Portanto, a narrativa é objetiva e resume de forma convincente todos os acontecimentos que levaram o jovem Ian Curtis a entrar no mundo da música no final dos anos 70, com a banda Joy Division, o casamento, revolucionar o movimento pós-punk, ataques epilépticos, depressão, traição e o suicídio aos 23 anos após assistir Stroszek, de Herzog e ouvir Idiot do Iggy Pop em 1980. Anton Corbijn estréia na direção de longas, apesar da vasta experiência em vídeo clips. A escolha pelo preto e branco é funcional e concentra a beleza melancólica das imagens em cena. E de brinde, a trilha sonora maravilhosa da banda Joy Division, que na minha opinião é uma das melhores de todos os tempos.

por ronald

12 de dezembro de 2007

O Sobrevivente

Rescue Dawn, aka O Sobrevivente (2006), de Werner Herzog



Surpreende-me as escolhas que Christian Bale anda fazendo. Ator versátil, já trabalhou com Spielberg em O Império do Sol, quando ainda era pequeno, permeou pelo cinema independente com Psicopata Americano e O Operário e produções Hollyoodianas como Batman Begins. Agora estrela sob a direção do alemão Werner Herzog neste drama que se passa na guerra do Vietnan e narra a história real, de um piloto americano que é capturado enquanto fazia um bombardeio no local. Mas, o diretor evita entrar em detalhes políticos e mensagens sobre a guerra. Prefere continuar com seu eterno tema do homem perante a natureza colocando seu protagonista em situações humanas extremas, e Bale demonstra, mais uma vez, ser bom ator, sofrendo realmente todo tipo de atrocidade física durante as filmagens.

Já a direção de Herzog consegue captar poucas sequencias de poesia visual que ajudam bastante na estética narrativa, porém de forma contida. Na verdade, não consigo visualizar o diretor muito confortável na realização dessa produção que é uma de suas mais caras. Talvez isso tenha subido um pouco a cabeça, mas são só especulações minhas. Grua demais, sentimentalismo exagerado e final desnecessário. O Sobrevivente não deixa de ser bom filme, mas faz sentir saudades do Herzog de Aguirre, Fitzcarraldo, Kaspar Hauser, Nosferatu, etc...

por ronald

7 de dezembro de 2007

O Reino

The Kingdom, aka O Reino (2007), de Peter Berg



A aula de geografia nos créditos iniciais dá o parecer de um tom político ao entrecho, mas os desdobramentos chegam a uma indefinição quanto a proposta: é cinema político ou filme de ação? O problema é que nenhuma das duas propostas funcionam em O Reino, cujo resultado acaba transparecendo mais um filme oportunista com fins lucrativos mascarado pelo contexto que o roteiro aborda. No caso, um atentado terrorista na Arábia Saudita, onde as vítimas são americanos que vivem no país para trabalhar no ramo do petróleo. A tragédia faz com que uma equipe de investigação do FBI chegue ao local para pegar os culpados, como se os americanos fossem os fodões no negócio, porém, meio que sem querer, o roteiro sugere o tanto que os americanos são vingativos – e agem alimentando esse desejo de vingança – quanto os árabes. O filme possui um tom de seriedade durante investigações da equipe, mas a carga de ação recebida no desfecho não condiz com o restante, atingindo, de repente, níveis de um Bad Boys ou Missão Impossível II. Há muitos detalhes para se aprofundar e difamar o filme de Peter Berg, mas já foi escrito de maneira bem melhor que a minha, então eu deixo pra lá, não vale a pena...

por ronald

O Feio completa 92 anos...

1 de dezembro de 2007

Filme do mês e Woody Allen

Filmes de Novembro

Se o mês de outubro eu achei fraco, o de novembro foi pior ainda....

Segue a lista do mês de novembro com revisões em negrito:

Resident Evil III (2007) *
American Gangster (2007), de Ridley Scott ***
Piratas do Caribe III (2007), de Gore Verbinski ***
Fuga de Nova York (1981), de John Carpenter *****
Immaginu di un Convento (1979), de Joe D'Amato ***
Dead or Alive (1999), de Takashi Miike *****
Um Corpo que Cai (1959), de Alfred Hitchcock *****
Os Donos da Noite (2007), de James Gray ****
O Sobrevivente (2006), de Werner Herzog ***
Senhores do Crime (2007), de David Cronenberg ****

E especialmente hoje, um dos meus diretores favoritos faz aniversário...


Já vi a grande maioria dos filmes dirigidos por Woody Allen, mas considero obrigatório essa listinha aí:

Match Point (2005)
Desconstruindo Harry (1997)
Tiros na Broadway (1994)
Crimes e Pecados (1989)
Hannah e Suas Irmãs (1986)
Zelig (1983)
Memórias (1980) meu preferido...
Manhattan (1979)
Annie Hall (1977)
A Ultima Noite de Boris Grushenko (1975)