17 de dezembro de 2007

Control

Control (2007), de Anton Corbijn



O filme inglês Control é um perfeito exemplar de como deveriam fazer biografias de artistas musicais. Logo me veio à mente o filme Dois Filhos de Francisco, que é justamente o oposto, na minha opinião. O foco aqui é contar a história de Ian Curtis mostrando situações e pontos chaves de sua curta vida, mas não se aprofundar e tentar entender o personagem. E a grande sacada do diretor Anton Corbijn foi essa, já que Curtis possui uma áurea enigmática, um mistério de reações imprevisíveis e tentar penetrar essa barreira poderia colocar tudo risco. Portanto, a narrativa é objetiva e resume de forma convincente todos os acontecimentos que levaram o jovem Ian Curtis a entrar no mundo da música no final dos anos 70, com a banda Joy Division, o casamento, revolucionar o movimento pós-punk, ataques epilépticos, depressão, traição e o suicídio aos 23 anos após assistir Stroszek, de Herzog e ouvir Idiot do Iggy Pop em 1980. Anton Corbijn estréia na direção de longas, apesar da vasta experiência em vídeo clips. A escolha pelo preto e branco é funcional e concentra a beleza melancólica das imagens em cena. E de brinde, a trilha sonora maravilhosa da banda Joy Division, que na minha opinião é uma das melhores de todos os tempos.

por ronald