30 de abril de 2008

Mais horror europeu...

Além de A Invasora, terror francês que comentei por aqui há algumas semanas, outros ótimos filmes de terror europeu me surpreenderam por esses dias:


[REC] (2007), de Jaume Balagueró e Paco Plaza: Zombie Movie espanhol que inicia quando uma repórter de TV, Ângela, e seu cameraman, Pablo, visitam um departamento de bombeiros para realizar uma matéria sobre esta profissão. Quando soa o alarme, os dois acompanham os bombeiros responsáveis pela chamada até um prédio onde a polícia já se encontra em cena e quase todos os moradores estão na portaria.

A coisa fica feia quando uma mulher em um apartamento ataca um dos policiais enquanto Pablo e Ângela gravam tudo. Na tentativa de sair do prédio para levar o ferido, eles são impedidos e o edifício fica bloqueado prendendo todos os residentes, os repórteres, policiais e os bombeiros do lado de dentro sem qualquer explicação.

O filme todo é acompanhado pela câmera subjetiva de Pablo. É a linguagem que está em voga no momento, principalmente para filmes de terror, como foi em Cloverfield e o novo filme do George Romero. Embora este tipo de montagem renuncie elementos que poderiam fornecer uma atmosfera mais densa, é uma forma interessante de narrar os fatos absurdos com certo realismo e veracidade.

Calvaire (2004), de Fabrice Du Welz: Este filme belga não é algo que podemos elogiar pela originalidade. Já se viu diversas vezes a premissa de um protagonista que, por determinado motivo, acaba no meio nada e enfrenta dificuldades maiores do que previa por conta de um louco que o torture, ou abuse sexualmente ou faça qualquer tipo de maldade física ou psicológica.

No caso de Calvaire, um artista itinerário que viaja para a próxima cidade onde vai alegrar os corações de velhinhas com suas canções de amor, acaba ficando no meio do caminho quando seu carro quebra nos arredores de uma vila. Ele se hospeda em uma pousada onde Bartel, o excêntrico dono do local, o recebe.

Existem muitas referencias à Massacre da Serra Elétrica e uma pitada de Straw Dogs e Deliverance, mas Calvaire não é tão desprovido de originalidade. Por trás de sua superfície, existe toda uma história de amor pervertida de um homem doente. É um estudo perturbador da insanidade humana. Além disso, é brilhante a forma como Du Welz conduz tão pouca história desdobrando-se numa exploração de personagens bizarros, alusões pseudo-religiosas e imagens de forte impacto visual.