30 de março de 2006

Poesia, Nicotina e...

Intro (por felipe e aline)

"Vazio aqui.
Calor e fadiga.
Rotina maldita.
Ferida exposta ante a lida,
Lida mal paga.
Fim do dia, vejo marcas.
A noite vem,
Negra, África.
Noite fria, frio que arde;
Senhora implacável.
Solidão domina,
Risca sua superfície.
E permanece.
Deixando apenas...
Calor.
Fadiga.
Rugas.
Estás nua, novamente."

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Só pra variar...
felipe, editor cine art


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Nicotina

e 1/2

Nícotina, México, 2003. DE Hugo Rodriguez. COM Diego Luna, Lucas Crespi, Carmen Madrid. 93 min. Paris Filmes. DRAMA.

Que o cigarro faz mal, bem, eu já sei. Mas em Nicotina, longa mexicano realizado há quase três anos pelos mesmos produtores de Amores Perros, o bastonete cancerígeno mostra que pode transformar seus consumidores em seres encurralados pelo desejo irracional e inconseqüentes de suas ações. Como único nome mais conhecido do elenco, Luna vive o protagonista Lolo, um jovem cracker (não, não um usuário de crack, e sim um "hacker" do mal) obcecado pela vizinha, a qual ele controla por meio de câmeras e microfones no melhor estilo Invasão de Privacidade. Seus comparsas, Nenê e Tomson, tem longas discussões existenciais sobre o cigarro enquanto o aguardam para realizar a troca de um CD com códigos bancários por diamantes da máfia russa. Esta é a trama principal que se mistura a outras duas secundárias – uma barbearia e uma drogaria, ambas com fumantes ou guerreiros contra o vício – que também divertem com o humor negro e algumas piadas de situação do cotidiano de uma grande cidade. A mistura de histórias, seus curiosos personagens, as inúmeras e engraçadas reviravoltas fazem de Nicotina uma boa alternativa ao cinema americano tradicional.
Por Felipe Mappa