21 de dezembro de 2006

Babel

Babel



Babel, USA/MEX, 2006. DE Alejandro González Iñárritu. COM Brad Pitt, Cate Blanchett, Gael García Bernal. 142 min. DRAMA.

Além de ser bom filme, Babel demonstra mais uma vez o talento de Alejandro Gonzáles Iñarritu em filmar dramas humanos em situações extremas. Mas o que incomoda é que Iñarritu e o roteirista Guillermo Arriaga repetem pela terceira vez a mesma fórmula. De certa forma, funciona e conta com momentos e situações criativas, porém parecem cada vez mais óbvias de maneira geral, perdendo aquele tesão que Amores Brutos (00) proporcionou, por exemplo.

Assim como nos anteriores, um acidente catalisa ações e reações envolvendo vários lugares diferentes com personagens que, aparentemente, não possuem nenhuma ligação com a história central. Com o decorrer da narrativa, as múltiplas histórias e personagens são costurados formando uma rede que os une a um único fato. Em Babel, o diferencial está na monstruosa abrangência afetada pelo acidente. Amores Brutos e 21 Gramas (03), o mesmo acontecia em uma única cidade. Aqui, pelo menos quatro paises são envolvidos: Estados Unidos, México, Marrocos e Japão.

Sem tempo para se aprofundar nas personas, o filme sofre um pouco com a superficialidade de personagens. Entretanto, as histórias paralelas conseguem prender a atenção com a ótima direção de Iñarritu (sempre com a câmera à mão, de forma grosseira e crua) e o bom trabalho do elenco, que se esforça para convencer perante as situações desesperadoras que enfrenta, mesmo havendo pontos um tanto exagerados.

Bastante aplaudido em Cannes, a obra está acima da média dos filmes americanos atuais, graças ao trabalho de Iñarritu (cuja direção venceu Cannes este ano) e do seguro elenco. Mas não deixa de ser quase gritante a inferioridade de Babel quanto os filmes anteriores do cineasta. Mas se tratando de 2006, talvez consiga uma vaga na minha lista de melhores do ano.

Por Ronald