26 de maio de 2008

Prince of Darkness (1987), de John Carpenter

Este exercício de gênero, provavelmente, é um dos trabalhos mais assustadores de John Carpenter, que retorna com o esquema do espaço limitado para acentuar o clima de suspense. Basta lembrar-se de Assault on Precinct 13, The Thing ou da igreja em The Fog. A igreja, aliás, é o cenário de Prince of Darkness onde uma equipe de alunos e professor são convocados por um padre para estudar uns antigos manuscritos religiosos e um cilindro contendo um conteúdo verde de sete milhões de anos. Todos estes artefatos se encontram na tal igreja abandonada e eram segredos guardados por uma sociedade católica.

Interessante é ver como Carpenter explora a idéia do caos - que poderia levar ao fim do mundo - numa situação menor, com poucos indivíduos envolvidos, em um único cenário, e têm toda a responsabilidade nas mãos de salvar o mundo da destruição (sem apelar para as catástrofes hollywoodianas). Por isso não deixa de ser um exercício de gênero carregado de elementos do cinema fantástico como zumbis possuídos, ficção iconoclasta e viagem no tempo, detalhes que Carpenter se aproveita com criatividade no uso das trucagens, na forma como utiliza os espaços dos cenários para criar a sensação de enclausuramento e na sacada dos vídeos/mensagens das imagens do futuro que aparecem como sonhos para os habitantes da igreja.