4 de junho de 2008

Les Chansons D'Amour (2007), de Christophe Honoré

Belo exemplar de cinema parisiense. Enfatizo Paris porque é difícil de imaginar Les Chanson D’Amour em outra cidade. Christophe Honoré filma as ruas parisienses de maneira inspirada, uma mistura de imagens realistas - como as dos créditos iniciais - com a Paris cinematográfica de Demy, Truffaut e Godard. Este último aliás, é alusão para o romance moderno vivamente explorado pelo diretor, principalmente com Uma Mulher é uma Mulher, embora o tema do relacionamento à três seja tratado aqui com mais detalhes improváveis para a década de 60. Honoré realiza um cinema de referencias buscando desenvolver seu próprio cinema cujas marcações imprevisíveis tornam Les Chanson D’amour sublime, como substituir e expressar musicalmente os sentimentos óbvios do amor, morte e perda, ao invés de encená-los com a artificialidade hollywoodiana ou como a Paris filtrada serve de cenário para momentos musicais onde os próprios atores cantam com um realismo não convencional.