20 de julho de 2008

Batman - O Cavaleiro das Trevas


Batman - O Cavaleiro das Trevas (2008), de Chistopher Nolan

Heath Ledger realmente estava no ápice de sua arte de interpretar e eu não ficaria surpreso se ganhar o Oscar pelo seu trabalho em O Cavaleiro das Trevas. Se é que podemos chamar a sua encarnação do Coringa somente de interpretação. Ledger vendeu a sua alma ao personagem. O que ele apresenta, desde a sua primeira aparição em cena (com a sádica mágica de fazer a caneta desaparecer) vai além dos limites da representação psicótica do mal. É um monstro cujas ações levantam dilemas morais diante de seus inimigos. Ao longo de todo o filme, ele concebe engenhosas situações que forçam Batman, o Comisário Gordon e o promotor Harvey Dent a tomarem impossíveis decisões de ética.


Jack Nicholson já era. Ledger definiu o Coringa para o cinema. Esperem no mínimo vinte anos antes de levar o personagem às telas de novo. Talvez até lá surja alguém com capacidade dar a vida por um papel como este.


Tirando o Coringa, o que resta em O Cavaleiro das Trevas é um ótimo de filme de ação que demonstra o amadurecimento de Nolan ao conduzir com maestria uma trama grandiosa, muito mais complexa que o habitual, repleta de personagens importantes que possuem o devido espaço durante a narrativa. Além disso, todas as idéias do diretor que deram certo e errado em Batman Begins, em relação à sua visão realista, entram em perfeita sintonia em O Cavaleiro das Trevas, criando um universo verossímil onde um homem fantasiado de morcego pode sair à noite para combater o crime.


Todas essas questões sobre verossimilhança e os desdobramentos da história com os personagens têm profundidade suficiente para mais uns 10 parágrafos. Recomendo o texto do amigo Leandro Caraça, que escreveu em seu blog as melhores impressões que eu li sobre o filme.