7 de setembro de 2011

Lung Boonmee Raleuk Chat (aka Tio Boonmee, que Pode Recordar Suas Vidas Passadas)

- Bilu é o escambau!






















Então... Esse... Essa... Isso... Enfim, esse conjunto quase absurdo de imagens em movimento - que na verdade me parecem mais inertes - foi a grande zebra no Festival de Cannes do ano passado, vencendo a Palma de Ouro. Lung Boonmee... divide opiniões: entre os que acham tudo muito bonito, muito mágico e muito lúdico; e os céticos (oi?!) que acham tudo confuso demais, chato demais e pretensioso demais. Talvez (atentem ao negrito), Lung Boonmee... seja ambos. O roteirista e diretor tailandês Apichatpong Weerasethakul (aka Joe – apelido adotado por ele próprio na intenção de facilitar a vida dos escribas) criou uma fantasia eligia, impregnada de Zen Budismo, sobre um agricultor tailandês as vias de sua morte. Há algo excentricamente cômico sobre esse “rito de passagem”: os encontros com a esposa morta e uma mórbida semelhança entre seu filho e o intrépido urrador de Star Wars, Chewbacca, que o digam. No entanto, algo que me incomoda muito mais é a frustrante falta de clareza narrativa. Aliás, muito pouco do filme é realmente compreensível, principalmente tudo após a morte do tio Boonmee. A narrativa é desprovida de qualquer estrutura convencional (o que prova que o tiro às vezes pode sair pela culatra), e o ritmo é absurdamente arrastado, chato. Se você estiver com disposição para algo poético, talvez ache tudo muito gratificante e significativo. O que não funcionou muito pra mim... É aquele tipo de filme que as pessoas assistem para parecer mais inteligente do que realmente são, fingindo gostar, por não quererem ser vistos como filisteus. Só não me culpe se você sair balançando a cabeça, descrente e se queixando de que o que acabou de ver não passa de um monte de bobagem místico-prolixo.