21 de março de 2006

Barton Fink - Delírios de Hollywood

Barton Fink - Delírios de Hollywood

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Barton Fink, EUA, 1991. DE Joel e Ethan Coen. COM John Turturro, John Goodman, Judy Davis, Steve Buscemi. 116 min. Working Title Films. DRAMA/SUSPENSE.

A obra prima dos irmãos Coen é Barton Fink (91), um clássico moderno sobre o submundo dos filmes B de Hollywood na década de 40. Numa de suas melhores atuações, John Turturro é o personagem título, Barton Fink, o dramaturgo mais elogiado pela crítica e pelo publico da Broadway. Ao receber o convite de uma produtora, ele parte pra Hollywood para fazer um roteiro de um filme B sobre luta livre. A falta de inspiração é um dos grandes problemas que Fink começa a sofrer ao sentar em frente a sua máquina de escrever, além de acontecimentos bizarros que se iniciam envolvendo um assassinato, um calor infernal e um estranho vizinho.

A maior virtude dos irmãos Coen é a construção dos personagens. Cada um é criado com tantas características que bastam colocar atores talentosos para dar tom perfeito, como John Goodman, Judy Davis, Tony Shalhoub e Steve Buscemi. Além de John Turturro que ganhou o prêmio de melhor ator no festival de Cannes com a sua interpretação.

Barton Fink surgiu na mente dos irmãos justamente quando os dois passavam por uma crise de criatividade ao escreverem o filme de gangster O Ajuste Final (90). Mas inspiração é que não faltou ao dirigir Barton Fink. Uma direção segura e simples deu a Joel Coen o premio de melhor diretor em Cannes. O filme também tem uma direção de arte impecável que passa uma sensação escatológica e nauseante dos cenários escuros e misteriosos. O filme ainda ganhou a Palma de Ouro em Cannes, sendo o único, até então, a receber os prêmios de melhor filme, diretor e ator.

Barton fink é um dos melhores filmes produzidos nos Estados Unidos nas ultimas décadas comprovando o talento dos jovens diretores e roteiristas que realizaram ainda algumas obras primas como Na Roda da Fortuna, Fargo e O Homem que Não Estava Lá, mas nenhum com a qualidade fílmica que obteve Barton Fink.
Por Ronald Perrone