



Rocco e i suoi fratelli, ITA, 1960. DE Luchino Visconti. COM Alain Delon, Renato Salvatori, Claudia Cardinale. 177 min. Versátil. DRAMA.

Rocco e Seus Irmãos é o filme mais Marxista da filmografia de Visconti (apesar do escriba aqui, não ter visto todos os filmes do diretor). Conta a história de uma família que chega a cidade grande e tem de sofrer às duras penas com trabalho e a adaptação para conseguir o sustento.
Alain Delon é o Rocco do título e faz um trabalho de construção para o papel de forma admirável. O elenco, na sua totalidade, está excelente e ainda tem uma pequea presença de Claudia Cardinale.
Apesar da longa duração (quase três horas), Visconti conduz a história de maneira prazerosa em relação à estrutura e da ordem em que os fatos ocorrem, pois são muitos personagens para distribuição em cena. Mas Visconti tira de letra. A simplicidade e o classicismo de Visconti é o que torna Rocco e Seus Irmãos um filme sólido e sempre atual. É um dos seus melhores trabalhos, uma consumação perfeita.
Por Ronald Perrone
Noites Brancas




Le Notti bianche, ITA, 1957. DE Luchino Visconti. COM Marcello Mastroianni, Maria Schell, Jean Marais. 107 min. Intermondia Films. DRAMA.

Tecnicamente, Noites Brancas é perfeito. A fotografia de Giuseppe Roturno é delirantemente bela e consegue imagens impecáveis. Mastroianni e Schell estão excelentes e o ator de A Doce Vida demonstra porque foi um dos melhores atores de todos os tempos. Seu papel é o mais psicológico e Mastroianni o faz com naturalidade. A direção de Visconti é tradicionalmente clássica, sem qualquer tentativa de evolução em termos de linguagem cinematográfica, apesar de ter todo um domínio próprio de sua linguagem. Uma linguagem poética que dá o titulo de mestre.
Noites Brancas não agradou muito a critica da época por achar Visconti distante de Dostoievski e por não adotar sua selvageria psicológica (eu nunca li o livro, mas já li Dostoiévski), entretanto, a simplicidade e a poesia visual é que torna Noites Brancas atual e belo ainda para os nossos dias.
Por Ronald Perrone