2 de maio de 2006

A Lula e a Baleia e O Plano Perfeito

A Lula e a Baleia



The Squid and the Whale, EUA, 2005. DE Noah Baumbach. COM Jeff Daniels, Laura Linney, Jesse Eisenberg, Owen Kline. 81 min. American Empirical Pictures. DRAMA.



Já li em todos os blogs e sites de criticas que ninguém gostou desse filme. Eu achei A Lula e a Baleia um interessante drama que explora a desintegração de uma família na década de 80. O filme, escrito e dirigido por Noah Baumbach é o resultado das próprias experiências do diretor vividas na adolescência. Porém, o ponto de vista da trama é alternado entre os personagens dos filhos. Jeff Daniels, que vive um escritor e o chefe da família, surpreende com uma excelente e séria (ou cômica) atuação. O elenco é bom em alguns momentos, principalmente Owen Kline, que vive o irmão mais novo. As situações e diálogos (repleto de citações literárias e cinematográficas) são bem escritos evocando um Woody Allen lá longe. Algumas situações lembram Todd Solondz, mas sem o choque temático. A direção é bastante segura e autoral para um estreante, diferenciando dos grandes estúdios, mesmo não conseguindo realismo suficiente para superar a superficialidade de algumas cenas.
Por Ronald


O Plano Perfeito

e 1/2

Inside Man, EUA, 2006. DE Spike Lee. COM Denzel Washington, Clive Owen, Jodie Foster, Christopher Plummer, Willem Dafoe, Chiwetel Ejiofor, Kim Director. 129 min. UIP. AÇÃO.

Quando Spike Lee deixou o discurso panfletário, metade de seus fãs entrou em desespero. A outra metade, mais centrada, respirou aliviada. Afinal de contas, a carruagem andou, e mesmo que Faça a Coisa Certa seja absurdamente atual, um pouco de renovação nem faz mal a ninguém. O Spike Lee de O Plano Perfeito Perfeito é o cineasta de mão cheia, perefeito no timing de seus atores, magistral no domínio da cena e inteligente ao transformar um tema batido – o assalto a banco à prova de falhas – em um jogo de poder, em que três vértices exercem pressão igual para ver quem peida primeiro. O policial não-tão-bonzinho é Denzel Washington. Ele assume o pepino de arrancar os reféns de dentro do banco, que estão na mira de Clive Owen, deixando claro, ao nem sequer tocar no dinheiro e nas jóias, sua intenção. A peça final é Foster, “consultora” de extrema influência, convidada pelo dono do banco (Plummer) para retirar um item que não pode cair em mãos insuspeitas. Diverte-se Lee, exercitando o bom cinema, e a gente, que precisa de gente boa comandando o fluxo de pipoca.
Por Felipe