11 de maio de 2006

Um Barco e Nove Destinos e Oliver Twist

Um Barco e Nove Destinos



Lifeboat, EUA, 1944. DE Alfred Hitchcock. COM Tallulah Bankhead, William Bendix, Walter Slezak, Mary Anderson, John Hodiak, Henry Hull, Heather Angel, Hume Cronyn, Canada Lee. 96 min. Fox. DRAMA.

Em plena Hollywood clássica (que eu tanto adoro), fora da Inglaterra, Hitchcock parecia meio incomodado fazendo filmes para os grandes estúdios, bons filmes aliás, mas sem precisar queimar massa cefálica para experimentar e fazer algo de vanguarda. O jeito seria procurar um projeto com desafios, que precisassem de criatividade. O resultado foi Um Barco e Nove Destinos, um filme rodado totalmente dentro de um bote salva vidas.
Passado durante a Segunda Guerra, nove náufragos se refugiam dentro do pequeno bote. Cada personagem com suas características, suas manias, seus defeitos, sentimentos e entre eles, um nazista. Hitchcock explora a condição humana em situações extremas e limitadas e trabalha para que cada personagem aja de maneira diferente. O filme foi lançado em DVD no Brasil recentemente e vale pelas poderosas situações que Hitchcock cria mesmo com a irregularidade do experimentalismo.
Por Ronald


Oliver Twist

e 1/2

Inglaterra, 2004. DE Roman Polanski. COM Bem Kingsley, Barney Clark. 130 min. Sony. DRAMA.

O Oliver Twist de Roman Polanski não é uma releitura transgressora da obra homônima de Charles Dickers. O diretor de O Bebê de Rosemary contentou-se em adaptar o livro para a tela numa versão grandiosa – com sets e figurinos que enchem os olhos -, sem realmente psicanalisar a trama ou os personagens. O resultado é uma Sessão da Tarde ao estilo do cineasta, com as mesmas virtudes e defeitos de seus esforços recentes: a narrativa progride bem e a dramatização é eficaz – mas, a certo ponto, o filme perde a vitalidade e começa a se estender demais, sem apresentar uma verdadeira motivação. Na trama, órfão vive grandes aventuras após ser aliciado pelo bando de delinqüentes mirins chefiados pelo ladrão Fagin (aqui vivido pelo grande Kingsley, irreconhecível).

Por Felipe