19 de junho de 2006

Zombie & A Batalha de Argel

Zombie



Zombi 2, ITA, 1979. DE Lucio Fulci. COM Tisa Farrow, Ian McCulloch, Richard Johnson, Al Cliver, Auretta Gay. 91 min. Variety. HORROR.

Zombie recebeu o nome na Itália de Zombie 2 por causa do lançamento do filme Down Of the Dead, de George A. Romero, que na Itália foi chamado de Zombies, no mesmo período que o filme de Lucio Fulci foi lançado. Mas se trata de um filme completamente diferente e independente, ou seja, não possui qualquer relação com o filme de Romero. Além disso, a atmosfera, o estilo próprio de Fulci é a prova de sua criatividade, já que, filmes de Zumbis é um subgênero tão copiado e mesmo assim, Fulci revigora com sua visão própria e inovadora. O filme já foi lançado com vários outros titulos, porém o mais conhecido é simplesmente Zombies.

A história começa em pleno mar, num barco que vai à deriva, aparentemente abandonado, em direção a Nova York. O dono do barco é um cientista que está desaparecido há vários meses desde que foi para as ilhas do Caribe. Sua filha então, se junta com um repórter e parte para descobrir seu paradeiro. No meio do caminho, eles conhecem um casal de turistas que estão de férias com seu pequeno barco. Com isso, os quatro partem com o objetivo de achar o doutor em uma pequena ilha desconhecida. É nessa ilha que acontece o banho de sangue tão esperado pelos espectadores. Porém Fulci consegue deixar tudo mais interessante, desenvolvendo histórias paralelas com personagens bem modelados e um roteiro bem estruturado. Com isso, até mesmo as cenas dramáticas permanecem com o mesmo nível das cenas que todos os espectadores esperam: a violência gratuita. Zumbiz arrancando membros e comendo as vísceras de pessoas abertas e ensangüentadas e pessoas matando zumbis com tiros, facadas e pauladas na cabeça (todos sabem que só assim eles morrem, dããã). Uma belezura. E tudo filmado com a maestria impressionante de Lucio Fulci, ótimos efeitos visuais e maquiagens convincentes. Uma verdadeira obra prima do Horror italiano.
Por Ronald


A Batalha de Argel

e ½

La Battaglia di Algeri, Italia/Argélia, 1965. DE Gillo Pontecorvo. COM Brahim Haggiag, Jean Martin. 117 min. Lumiére. DRAMA.

Entre os anos de 1954 e 1962, os argelinos lutaram contra os invasores franceses da única maneira que conheciam: a guerrilha urbana. Numa primeira fase, a França respondeu com o envio de tropas, prisões e tortura. Por um breve período, a tática funcionou: os líderes rebeldes foram ou presos, ou eliminados. Anos depois, no entanto, o movimento ressurgiu como que por encanto, obrigando o governo francês a declarar independente a Argélia. Esse episódio da história é contado com riqueza de detalhes em A Batalha de Argel, do italiano Gillo Pontecorvo. O filme impressiona porque praticamente tudo é encenado, embora a maior parte do elenco, com exceção de Jean Martin, tenha sido composta não por não-atores. E também porque o filme, que serviu como instrumento pedagógico tanto para os cubanos, vietcongues e até pra o IRA e os Panteras Negras, hoje é projetado nas salas de exibição do Pentágono. De certo para ensinar a militares americanos o caminho das pedras que ainda não conseguiram encontrar.
Por Felipe