3 de julho de 2006

Calafrios e The Killer

The Killer

½

Dip hyut shueng hung, Hong Kong, 1989. DE John Woo. COM Chow Yun-Fat, Danny Lee, Sally Yeh. 111 min. Betta. AÇÃO.



The Killer, novamente com Chow Yun-Fat, conta a história de um assassino de aluguel (Jefrey Chow, aka Mickey Mouse), frio e sem medo na hora de matar, mas cheio de remorsos por uma vida com rastros de sangue no caminho. Porém, tudo vira de cabeça para baixo quando, por acidente, uma inocente cantora perde a visão, por consequencia de um tiro disparado por Jefrey. Até então, todas as características que nomearam John Woo estão presentes, mas é partir desse momento que o diretor destaca a construção e o desenvolvimento dos personagens no decorrer do filme. Detalhe que eu não havia mencionado anteriormente em Hard Boiled, mas também estava fortemente presente. The Killer, à maneira de John Woo, mostra a construção de uma amizade muito interessante entre o policial que persegue Jefrey, e também o valor da amizade que ele tem com seu contato para realização dos trabalhos. Melosamente, porém de uma forma até mesmo convincente e emocionante as amizades vão se formando. Há também um elo muito interessante formado entre Jefrey e a cantora que perdeu a visão. Jefrey, claro que cheio de remorso, faz de tudo para ajudar a moça que ele mesmo feriu. Quando ela descobre que foi Jefrey quem a feriu, ela não fica apavorada, simplesmente entende a dor de Jefrey e o ajuda em sua jornada.

Não posso deixar de comentar, a ação do filme é alucinante. Mesmo com menos frequencia do que em Fervura Máxima, não desaponta, na verdade até mesmo surpreende. Como no final do filme (sempre no final), onde o tiroteio "rola solto" e há uma movimentadíssima cena de ação, com mortes sangrentas e algumas até mesmo tristes. Pois bem, outro filmaço da época de ouro de John Woo. Se puderem, assistam, e pra quem já viu, reveja.
Por Monsenhor


Calafrios



Shivers, CAN, 1975. DE David Cronenberg. COM Paul Hampton, Joe Silver, Lynn Lowry. 87 min. Cinépix. HORROR.

Antes de se tornar um dos diretores mais respeitados atualmente, David Cronenberg realizou vários filmes de horror de baixo orçamento, com histórias sem qualquer complexidade de seus filmes futuros, mas uma criatividade na direção que mostrava um estilo diferente e único que se destacaria a cada trabalho do diretor canadense. Em Calafrios, um verme parasita transmite uma compulsão sexual nos moradores de um luxuoso edifício isolado numa ilha. Os “infectados” passam a agir como zumbis em busca de sexo frenético. Uma bizarrice só!

Mas é interessante a forma como Cronenberg conduz seu filme com originalidade e competência, até mesmo na utilização dos efeitos especiais e maquiagens, já que foi feito quase sem recurso. O filme surpreende com a violência e a escatologia como elementos visuais e explícitos. Calafrios é a primeira parte de uma trilogia de Trash-B-Movies. Os outros filmes são Rabid (77) e Os Filhos do Medo (79).
Por Ronald