9 de setembro de 2006

O Arco

½

Hwal, COR, 2005. DE Kim Ki Duk. COM Yeo-reum Han, Seong-hwang Jeon, Si-jeok Seo. 88 min. DRAMA.

Simpático filme do sul coreano Kim Ki Duk, que trata de uma história de amor possessiva entre um velho e uma menina de 16 anos que vivem isolados em um barco. O velho acredita que ao completar 17 anos, a moça se tornará sua esposa, e por tanto, alimenta esse amor através do tempo com bastante destreza. Porém há uma certa incomunicabilidade entre os dois. Na verdade, Kim Ki Duk é um dos diretores que ainda hoje carrega algumas características do cinema mudo, repelindo qualquer diálogo entre os personagens centrais.

É característico do diretor, além de sempre compor belas imagens, estruturar seus filmes com situações repetitivas. Em O Arco, isso acontece constantemente no seu decorrer. O simples movimento de pegar na mão da moça que o velho faz sempre na hora de dormir, por exemplo, é repetido a cada vez que é filmado, como um ritual. E de acordo com as mudanças comportamentais de cada um, percebe-se situações diferentes.

O fato é que o barco é diariamente visitado por eventuais pescadores que se aproveitam da ingenuidade da moça, mas a visita de um jovem rapaz, desperta algo diferente nela; talvez um amor natural, e não o amor imposto pelo velho. O Arco é usado justamente para assustar os aproveitadores, mas para o velho, o rapaz apresenta uma ameaça maior.

O arco também é utilizado como um instrumento que é tocado pelo velho durante todo o filme, e é esse som que quebra o silencio entre os personagens. Kim Ki Duk explora muito bem o uso da imagem somada à música para substituir os diálogos. Mas a derradeira utilização do arco é a mais interessante. O Arco sai do convencional e transcende para o surreal. Uma fórmula bastante interessante para o desfecho da obra.

Por Ronald