

½Hwal, COR, 2005. DE Kim Ki Duk. COM Yeo-reum Han, Seong-hwang Jeon, Si-jeok Seo. 88 min. DRAMA.
Simpático filme do sul coreano Kim Ki Duk, que trata de uma história de amor possessiva entre um velho e uma menina de 16 anos que vivem isolados em um barco. O velho acredita que ao completar 17 anos, a moça se tornará sua esposa, e por tanto, alimenta esse amor através do tempo com bastante destreza. Porém há uma certa incomunicabilidade entre os dois. Na verdade, Kim Ki Duk é um dos diretores que ainda hoje carrega algumas características do cinema mudo, repelindo qualquer diálogo entre os personagens centrais.É característico do diretor, além de sempre compor belas imagens, estruturar seus filmes com situações repetitivas. Em O Arco, isso acontece constantemente no seu decorrer. O simples movimento de pegar na mão da moça que o velho faz sempre na hora de dormir, por exemplo, é repetido a cada vez que é filmado, como um ritual. E de acordo com as mudanças comportamentais de cada um, percebe-se situações diferentes.
O fato é que o barco é diariamente visitado por eventuais pescadores que se aproveitam da ingenuidade da moça, mas a visita de um jovem rapaz, desperta algo diferente nela; talvez um amor natural, e não o amor imposto pelo velho. O Arco é usado justamente para assustar os aproveitadores, mas para o velho, o rapaz apresenta uma ameaça maior.
O arco também é utilizado como um instrumento que é tocado pelo velho durante todo o filme, e é esse som que quebra o silencio entre os personagens. Kim Ki Duk explora muito bem o uso da imagem somada à música para substituir os diálogos. Mas a derradeira utilização do arco é a mais interessante. O Arco sai do convencional e transcende para o surreal. Uma fórmula bastante interessante para o desfecho da obra.
Por Ronald