12 de março de 2007

Maria Antonieta

Maria Antonieta



Marie Antoinette, JAP/FRA/USA. DE Sofia Coppola. COM Kirsten Dunst, Judy Davis, Jason Schwartzman. 123 min. Columbia. DRAMA.

Em Maria Antonieta, Sofia Coppola fecha uma espécie de trilogia onde mulheres são submetidas a uma prisão emocional e física dentro de um contexto histórico, social e machista. Em As Virgens Suicidas, existem as irmãs que ficam trancadas em casa por causa do conservadorismo patriarcal. Há a recém casada que vive isolada em um apartamento de hotel no Japão em Encontros e desencontros, e agora, Maria Antonieta, que se tornou Rainha da França e sai de seu país entrando nos conformes dentro do palácio de Versalhes, sendo praticamente obrigada a casar-se (com objetivos políticos, claro) com o jovem príncipe Luis XVI que mais parece uma princesa.

Filmado como se passasse nos dias de hoje, o filme mistura elementos da cultura francesa do séc. XVIII, como as vestimentas, acessórios, ambientes contrastando com os da cultura pop dos 80’s com a trilha sonora composta de bandas como New Order e The Cure, além de um tenis All Star surgindo ao fundo de uma cena, e traça paralelos entre as épocas onde a personagem principal parece mais uma patricinha de filme adolescente oitentista às voltas com as formalidades da corte francesa.

Maria Antonieta pode gerar uma sensação de vazio e desconforto em relação à essência e o ritmo do filme. Mas há quem enxergue uma certa poesia visual em grande parte dos enquadramentos criados por Sofia. Visualmente, não há como negar a beleza e a riqueza de detalhes da fotografia, dos cenários e figurinos. Talvez sejam essas as motivações que a diretora obteve para realizar um filme que é de certa forma, banal.

por ronald