25 de setembro de 2007

Amantes (1984), de John Cassavetes



Os filmes de Cassavetes são momentos contínuos de fragmentos de uma vida, ou seja, inicia com acontecimentos que precedem uma vida inteira e desfecham sem uma conclusão final, já que o diretor dizia que a vida continua. É como pegar o bonde andando e saltar antes do destino final. Amantes é um dos exemplos mais claros que ilustra o cinema de Cassavetes. O filme nos apresenta Robert Harmon (vivido pelo próprio Cassavetes), um escritor fazendo pesquisas e entrevistas para seu novo livro enquanto sua irmã (Rowland) está em processo de divórcio e busca guarda da filha. Daí pra frente o filme é estruturado em um conjunto de situações dramáticas que são belos estudos de relações familiares, amor, solidão, loucura. Elementos que interagem muito bem com o trabalho de direção pessoal, independente e improvisado de Cassavetes. Amantes é longo demais e isso pode causar um desconforto para o publico em geral, mas para aqueles que conseguirem se aprofundar nas fortes situações e diálogos poderão aproveitar uma bela e melancólica obra prima do cinema independente americano.

por ronald



Cassavetes, genial tanto em cena
quanto atrás das câmeras...


Já no Cine Groove, um clássico
contemporâneo de David Lynch