28 de janeiro de 2008

Juno (2007), de Jason Reitman



É o filme Indie da vez, assim como foram Pequena Miss Sunshine, Sideways, e outros filmes independentes que surgem modestamente e de repente já estão concorrendo ao Oscar de melhor filme.

Juno MacGuff não é exatamente um estereótipo de garota excluida e reprimida. Ela sabe que não é igual a todo mundo, mas seus sentimentos quase nunca transmitem exatamente a gravidade da situação, mesmo quando descobre estar grávida (aos 16 anos) da única relação que teve. Ellen Page, que vive Juno, possui um carisma extraordinário em cena.

O filme trata de aceitação. Não somente da criança que está pra nascer, mas de aceitar as pessoas do jeito que são. É o que passa entre Juno e o pai da criança (um amigo que não possui a mesma maturidade que ela), com o próprio pai ou com o casal (Jason Bateman e Jennifer Garner) que procura uma criança para adotar. Garner aliás, sempre limitada, demonstra que no papel certo, pode funcionar.

O roteiro foge dos clichês tradicionais de comédias americanas, até mesmo as independentes. Nunca cai na cómedia de fato, ou no drama familiar. No início, possui diálogos que lembram um besteirol, mas aos poucos percebe-se o jeito peculiar de Juno ao lidar com os problemas. De acordo com a seriedade das situações, diz algo inesperado, age de maneira original cativando o publico gradativamente.

A direção de Reitman não é moderninha, nem possui maneirismo, é segura e tem um ritmo tranquilo que, com a trilha escolhida a dedo com canções perfeitas para aquele ambiente, faz a narrativa fluir sem excessos. Reitman dirigiu também Obrigado por Fumar, mas é aqui que se consagra. Juno é inteligente, divertido e tocante. Difícil não se encantar.

por ronald