10 de fevereiro de 2008

Cloverfield

Cloverfield (2008), de Matt Reeves



Mais um filme de monstro? Que nada! Cloverfield é uma experiência cinematográfica de forte impacto visual, experimental e ousado, diferente de produções enlatadas acumuladas de clichês e seus monstros artificiais.

A grande sacada é o ponto de vista mostrado sob a lente de uma câmera amadora, cuja originalidade narrativa não divaga nem explica surgimentos e motivações, ao invés, dá realidade documental aos fatos absurdos enquanto explora os elementos típicos dos monster’s movies. Travelings elaborados e gruas com sequencias pomposas cedem lugar para a subjetividade trêmula. O alto grau de veracidade de algumas cenas são de cair o queixo.

A câmera epilética (não por modismo de diretores tentando ser hype) causa desconforto, enfatiza a tensão e ainda retira a gratuidade das cenas, embora haja momentos explícitos da(s) criatura(s) criada(s) por computação gráfica, neste caso, não possuem aspecto de borracha, são discretos e muito bem trabalhados para interagir com os atores e cenários de forma convincente.

JJ Abrams cuidou muito bem da produção. Filmado em apenas 33 dias sob o título Slusho, um falso nome para não chamar a atenção, Cloverfield pega de surpresa os desavisados e pode não agradar a todos (por experiência própria, algumas pessoas – a maioria adolescentes – saíram da sessão indignados), mas é uma opção interessante pra quem quer diversão de qualidade que não ofende.

por ronald