3 de junho de 2010

Joheun-nom, Nabbeun-nom, Isanghan-nom



(aka The Good, the Bad, the Weird, Jee-woon Kim, 2008)


Seria insultar Leone se eu chamasse a fita de 'uma fusão ítalo-coreana', não é mesmo, minha gente? Talvez não quando a homenagem é despretenciosa. Aqui woon Kim (que emplacou três belezinhas na minha lista dos 25 mais: The Quiet Family, A Tale of Two Sisters e A Bittersweet Life) empresta todo o hype dos filmes de Indiana Jones ao cinema de Sergio Leone pra criar um western oriental que, ao contrário dos classudos filmes de Kurosawa, descamba muito mais pro lado pop superficial da coisa.

No filme, lançado em DVD o ano passado, somos apresentados a uma trupe -- um bandido sanguinário, um caçador de recompensas poser e um excêntrico ladrão de trens -- numa Manchúria ocupada pelos japoneses na década de 30. Todos em busca dum misterioso mapa do tesouro. Apesar de algumas semelhanças, woon Kim tá se lixando pro contexto histórico ou pra política. A regra máxima do diretor é fantasiar todo mundo de cowboy e orquestrar tudo como se fosse o proprio Enio Morricone -- o que resulta em explosivas sequências de ação muito bem coreografadas e dirigidas.

Talvez o que falte à fita é o peso mítico que Leone ou Kurosawa deram a suas epopéias pop, por exemplo. Sem esse elemento x, The Good, the Bad, the Weird (batizado de Os Invencíveis por aqui) não passa do "próximo blockbuster de verão que você certamente não deixará de ver". Depois de uma hora de projeção, a boa edição, o apuro visual e o caos habilmente coreografado (frutos da boa e confiante direção de woo Kim e dos ótimos efeitos especiais) passam a não fazer mais sentido. Seria como se alguém decidisse esticar um episódio engraçadão de Comichão e Coçadinha.

No fim, a gente acaba sentindo uma ponta de saudade de Três Homens em Conflito... Mas nada que torne a experiência menos divertida.