28 de janeiro de 2006

Prewiew 2006

Em tempo, 2006 se inicia, e eu começo a pagar aqui a minha língua... Segundo estatísticas nada comprovadas, cerca de 2.500 filmes entrarão em cartaz no planeta ao longo dos vindouros doze meses. Obviamente não verei todos. Ao menos não neste ano. Daí fiz uma pequena setlist do que quero de fato ver. Sim, é uma lista, e daí?

Brokeback Moutain

Munique

Capote

The Libertine

Boa Noite e Boa Sorte

Syriana

Superman - O Retorno

Silent Hill (porque eu jogava Silent Hill, ora!)

The Departed

300

Grind House (Tarantino e Rodriguez? Ahhhhhhhhhhhhhh!)

The Black Dhalia

X-Men 3

Chronicles

Sin City 2 (claro, ora.)

The Good German

Inside Man

The Fountain (não perco Aronofski no seu primeiro blockbuster nunca!)

O Código Da Vinci

Southland Tales (Richard Kelly e The Rock?! Não perco também!)

V for Vendetta (na cara, né?)

Lady in the Water (porque eu gosto de Shyamalan)
felipe, editor cine art



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Soldado Anônimo



Jarhead, EUA, 2005. DE Sam Mendes. COM Jake Gyllenhaal, Peter Sarsgaard, Jamie Foxx, Chris Cooper, Dennis Haysbert. 123 MIN. UIP. DRAMA

Quando o diretor de Beleza Americana anunciou que faria um filme sobre a Guerra do Golfo, os liberais soltaram fogos de artifício - afinal, um iglês inteligente e sem medo de colocar o dedo na ferida seria mais que bem-vindo para criticar a presença americana no Iraque e a posterior invasão àquele país. Ao final de Soldado Anônimo, a única hora em que lembramos que os Estados Unidos passaram por cima da ONU há três anos para "encontrar armas de destruição em massa" é na frase derradeira do protagonista, o mariner Tony Swofford: "Ainda estamos no deserto". Claramente despolitizado - para desapontamento de muitos -, o filme de Sam Mendes bebe da fonte de Apocalipse Now e Nascido para Matar (a cena inicial é uma hoemnagem explícita) para mostrar que a guerra é estrelada também por inocentes, recrutados em seus destinos de peões de um maquinário bilionário por peixes tão graúdos em seus destinos que não deixam suas salas com ar-condicionado nem mesmo para tomar um café.

O atestado de Soldado Anônimo é claro e fica mais interessante com um pouco mais de degustação pós-filme. Mendes não soca o telespectador com sangue e não cria soldados em ação. Ele mostra que muitos daqueles jovens estão no deserto por falta de opções, por desesperança pelo futuro e pela criação do país. O longa triunfa por criar seres humanos como qualquer outro, treinados para combater, mas que nunca chegam ao clímax por estar diante de uma guerra muito maior por trás dos panos. Ficamos com ótimas frases de efeitos ("Me alistei porque me perdi no caminho entre o colégio e a faculdade, senhor!") situações redentoras (quando toca "Break on Through", do The Doors, Swofford exige uma canção própria, já que aquela era do Vietnã) e desesperadoras. Trocando o muck pela humanização, Soldado Anônimo perde em termos cinematográficos, em contrapartida, ganha muito no quesito originalidade.
Por Felipe Mappa