24 de outubro de 2006

El topo, Warriors e Martin

Apenas algumas observações para não deixar o blogue estagnado... mas nada consistente, estou sem saco pra isso...

El Topo (1971, Alejandro Jodorowski)



Minha primeira experiência cinematográfica com Jodorowski. E que experiência! El topo é um western mítico repleto de simbolismo que se tornou cult no início dos anos setenta pelas imagens impactantes de violência e sexo. Diferente do Western Americano, El Topo se identifica mais com o Western Spaghetti, porém, mais bizarro. O personagem central (o próprio Jodorowski) é um pistoleiro que vaga todo vestido de preto deixando um rastro de sangue e corpos por onde passa. Inclusive quando decide enfrentar os mais sábios pistoleiros do deserto mexicano, onde surgem os mais diversos personagens que parecem ter saído de um Freak Circus Show. Uma verdadeira e profunda viagem ao surreal. Buñuel deve ter ficado com inveja.



The Warriors (1979, Walter Hill)



Uma aventura alucinante que retrata de maneira caricata e estilizada a violência e o submundo das gangues. Os grandes lances de The Warriors são os comportamentos, os uniformes, a busca de uma identidade pelos jovens da periferia dentro de um grupo do qual se identificam, detalhes que enriquecem o filme que, aparentemente, só haveria motivo pra porradaria. A história é intrigante e chamativa por si só. Durante um evento promovido com o objetivo de reunir todas as gangues de Nova York, o líder da mais importante é assassinado em pleno discurso. A culpa cai justamente sobre os Warriors, uma pequena gangue suburbana que deve tentar voltar para seu bairro enquanto são caçados por todas as outras gangues. O final é um pouco broxante, mas ainda vale pela tensão que o diretor consegue impor durante todo o filme sem deixar a peteca cair.

Martin (1978, George A. Romero)



Filme seco e bem objetivo. Sem enrolação, o filme conta a história de Martin, um jovem que vai morar na casa de um tio. Este acredita de pés juntos que Martin é um perigoso Vampiro com mais de cem anos. Coloca Alho nas portas, chama um padre para exorcizar o pobre rapaz e no final parte pra ignorância. Apesar da superficialidade do roteiro, Martin tem seus momentos virtuosos e criativos e se estrutura no clima de suspense que o diretor cria. Nota-se uma economia de recursos, mesmo assim, Romero não nos poupa de uma boa dose de violência e muito sangue. O filme merecia maior destaque entre os outros da filmografia do diretor. Não me lembro de ter visto algo a respeito desse filme em nenhum blogue ou site brasileiro. Então fica a dica para os fãs do terror de plantão.

Por Ronald