14 de dezembro de 2006

O Labirinto do fauno

O Labirinto do Fauno



El Laberinto del Fauno, MEX/ESP/USA, 2006. DE Guillermo del Toro. COM Ivana Baquero, Maribel Verdú, Sergi López. 119 min. Warner. FANTASIA.

A supra suprema de Guillermo del Toro. Não que seja uma obra prima do cinema, mas é significativo dentro da filmografia do diretor, que estava fazendo um trabalho interessante nos Estados Unidos (Blade II (02), Hellboy (04)), mas resolveu retornar ao México para a produção de O Labirinto do Fauno. O filme é um esforço notável de misturar as histórias de contos de fadas com o horror, além de inserir esses elementos no contexto histórico da revolução espanhola, da mesma forma como fez no ótimo A Espinha do Diabo (01), filme que deu reconhecimento mundial a del Toro.

Criar o contraste entre a fantasia e a realidade, foi a grande sacada do filme, graças ao grafismo utilizado de forma diferente em ambas as situações. De um lado, o mundo de fantasias vista pelos olhos de uma criança, repleto de figuras folclóricas e ambientes imaginários. Do outro, a realidade sob a égide da guerra com uma violência gráfica explícita que desconcerta o espectador, causando um estranhamento, já que o filme é protagonizado por uma criança.

Há a representação do mal em O Labirinto do Fauno na forma do oficial do exército espanhol, Vidal (Sergi Lopez), um personagem incrivelmente frio e violento, que se casa com a mãe de Ofélia, a protagonista do filme. Vidal, ótimo na pele de Lopez, é responsável pelas cenas mais chocantes do filme e Guillermo se aproveita muito bem dele para dar ênfase no contraste da fantasia e realidade.

Longe das imposições dos estúdios americanos, Toro dirige o filme à vontade, podendo, principalmente, dar o tom desejado para O Labirinto do Fauno. O resultado é uma obra poderosa, poética e extremamente melancólica. Uma visão pessimista de um triste conto de fadas.

Por Ronald