7 de fevereiro de 2007

Borat



Borat: Cultural Learning of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan, USA, 2006. De Larry Charles. Com Sacha Baron Cohen, Ken Davitian, Luenell, Pamela Anderson Lee. 84 min. COMÉDIA

Como a terra, o cinema também gira. E dentro desse fabuloso mundo cinematográfico, a comédia é o gênero que mais sofreu metamorphoses durante a história da sétima arte e por causa dessa evolução, Borat é um filme tão atípico. É um primo distante de outra comédia, Zelig (83), de Woody Allen, apesar da completa diferença entre os filmes. Mas a ligação vem do fato de os dois possuirem uma linguagem documental para narrar uma ficção. A história fala de Borat Sagdiyev, um jovem reporter do Kazaquistão que resolve viajar até aos Estados Unidos para rodar um documentário com o objetivo de aprender a cultura do povo americano e depois voltar para seu país afim de transformá-lo culturalmente.

O filme chega ao extremo do realismo em algumas cenas filmando certas entrevistas e imagens nas ruas das cidades americanas como um documentário de fato. Sem que os "figurantes" saibam do verdadeiro destino do material filmado, como pode-se notar nas reações e expressões das pessoas nas locações. Também exagera na bestialidade e no pastelão, o que não deixa de também ser engraçado. Mas a verdadeira ferida que o filme toca é justamente a questão diferenciada entre as culturas, de um lado ridicularizando o Paquistão e o oriente, de outro, criticando a cultura americana e a sua influência imposta na cultura ocidental de um modo geral no mundo pós 11 de setembro.

Bastante criativo e hilariante, Borat recebeu algumas indicações para o Globo de Ouro, como o de melhor filme na cateria Comédia/Musical e levou o prêmio de melhor ator, na mesma categoria, para Sacha Baron Cohen, que de tão encarnado no seu personagem, perfeitamente construido, quando a policia era chamada, não desencarnou em nenhum momento.

Por Ronald