27 de maio de 2007

death proof

Death Proof – Quentin Tarantino



É surpreendente como Tarantino se aprofundou no espírito do projeto Grindhouse, não apenas na essência, mas na forma visceral que reside nas imagens criadas em Death Proof, e o mais interessante é que não deixa de ter o estilo próprio do diretor. É um filme que possui a marca registrada de Quentin Tarantino, cuja força se concentra nos diálogos, abordando os mais diversos assuntos como homens, sexo, violência, drogas e bebidas, tudo de um ponto de vista feminino absurdo, já que o filme é protagonizado por belas garotas (mais uma vez, o poder feminino vira destaque num filme de Tarantino), mas claro, vai agradar também aos machões de plantão, apesar de ressaltar novamente, como fiz em Planeta Terror, que faltou a ousadia de mostrar uns peitos e bundas no filme, ainda mais em Death Proof que é recheado de belezocas. O filme, que é dividido em duas partes, em cada uma delas mostra um grupo de moças conversando tranquilamente enquanto são observadas por pelo misterioso Stuntman Jack, personagem vivido por Kurt Russel que é uma das coisas mais impressionantes do ano. Há muito tempo o ator não criava uma persona tão marcante, tão a vontade. Tarantino fez uma escolha perfeita. E se o diretor de Pulp Fiction é o mestre em prender a atenção do público construindo e filmando diálogos, ele demonstra total domínio também nas cenas de ação com elementos de terror com uma perseguição de carros frenética e angustiante que reverencia classicos do cinema explotation como Faster Pussycat Kill, Kill!, Vanish Point e muitos outros. Escolhido para disputar oficialmente no festival de Cannes deste ano com uns 40 min a mais do que a versão de Grindhouse, cuja esse cinéfilo que vos escreve conferiu, Death Proof já se configura como um dos melhores filmes de 2007.

por ronald
ao som de black mirror, arcade fire