28 de maio de 2007

Maria

Maria



Mary, EUA/ITA/FRA, 2005. DE Abel Ferrara. COM Juliette Binoche, Forest Whitaker, Matthew Modine. 83 min. DRAMA.

Maria passou em meados de 2006 em algumas mostras (foi a época que eu assisti) e agora foi lançado comercialmente nos cinemas brasileiros. Eu nem deveria comentar sobre esse ele pois, só vi naquela ocasião, e com certeza, muito da essência se perdeu com o tempo. Mas como aqui no meu estado é bem capaz de não chegar, então, acho que vale a pena dissertar pelo menos algumas impressões que tive do filme, mesmo que vagas. O filme questiona as possibilidades de encontrar fé num mundo turbulento e confuso, onde as pessoas não conseguem enxergar, e a grande maioria nem tenta, um salvador, uma entidade maior. O público é assim também, age como os personagens, por isso o filme pode chocar o espectador mais perspicaz. Os indivíduos buscam alguma mensagem, algo maior, faz o que querem, mas buscam redenção, não dão nada em troca, apenas procuram. A personagem de Binoche entendeu isso muito bem e após interpretar um filme que trata da vida de Jesus, larga mão de todo materialismo e parte por uma busca mais centrada, um objetivo que sabe exatamente o que quer e o que fazer para encontrar, enquanto os outros continuam seus questionamentos em vão. A mensagem, na verdade, não é complexa, apesar de ser bastante sutil, diferente de alguns filmes de Ferrara que fazem um discurso mais explícito como Vício Frenético. Maria, além de acrescentar um pouco mais na lista de idiossincrasias, se assimila a filmes mais visuais e pessoais do diretor como Blackout e New Rose Hotel, que definem o pensamento do cineasta, cuja importância para o cinema contemporâneo é revelada em cada película.

por ronald
ao som de whatever happened to corey hain, the thrills