18 de junho de 2008

Fim dos Tempos (2008), de M. Night Shyamalan

Talento e incompetência parecem caminhar juntos quando se trata de M. Night Shyamalan. Em Fim dos Tempos idéias geniais são estragadas na execução por conta de escolhas que ele faz, como a carga dramática imposta à narrativa sem ter a mínima noção de como fazer, transformando tudo num poço de sentimentalismo que provoca vergonha alheia com os bons atores desperdiçados (cadê o Mark Whalberg de Os Infiltrados?) expressando diálogos absurdos encenados num universo de detalhes medíocres que só engordam o entrecho.

Em determinada sequencia a câmera dentro do carro com um olhar subjetivo constrói um clima de suspense interessante mostrando escadas encostadas nas árvores enquanto o veículo vai adentrando a pequena cidade até revelar os corpos das pessoas que se enforcaram. Mas toda a atmosfera que Shyamalan cria é quebrada abruptamente com um estrondo da trilha sonora com o simples objetivo cretino de induzir o susto na platéia. Um artifício ridículo de um diretor que não confia na própria imagem.

E tudo isso é uma pena porque nas mãos de um diretor mais inteligente, o mesmo material, provavelmente, soaria menos constrangedor.



Stan Winston

R.I.P.
1946 | 2008