Hwal, COR, 2005. DE Kim Ki Duk. COM Yeo-reum Han, Seong-hwang Jeon, Si-jeok Seo. 88 min. DRAMA.

É característico do diretor, além de sempre compor belas imagens, estruturar seus filmes com situações repetitivas. Em O Arco, isso acontece constantemente no seu decorrer. O simples movimento de pegar na mão da moça que o velho faz sempre na hora de dormir, por exemplo, é repetido a cada vez que é filmado, como um ritual. E de acordo com as mudanças comportamentais de cada um, percebe-se situações diferentes.
O fato é que o barco é diariamente visitado por eventuais pescadores que se aproveitam da ingenuidade da moça, mas a visita de um jovem rapaz, desperta algo diferente nela; talvez um amor natural, e não o amor imposto pelo velho. O Arco é usado justamente para assustar os aproveitadores, mas para o velho, o rapaz apresenta uma ameaça maior.
O arco também é utilizado como um instrumento que é tocado pelo velho durante todo o filme, e é esse som que quebra o silencio entre os personagens. Kim Ki Duk explora muito bem o uso da imagem somada à música para substituir os diálogos. Mas a derradeira utilização do arco é a mais interessante. O Arco sai do convencional e transcende para o surreal. Uma fórmula bastante interessante para o desfecho da obra.
Por Ronald