4 de agosto de 2006

Battle Royale

E mais uma resenha do nosso correspondente estrangeiro, direto do Japão...

Battle Royale



Batoru rowaiaru, JAP, 2000. DE Kinji Fukasaku. COM Tatsuya Fujiwara, Aki Maeda, Taro Yamamoto, Chiaki Kuriyama, Takeshi Kitano. 114 min. AÇÃo.

Pois bem. Na verdade estou um pouco confuso quanto a escrever sobre Battle Royale. Porque o filme criou em mim justamente um mix de emoções, que ainda se encontra desnorteado. Battle Royale se passa num futuro não muito distante, onde a população se encontra em grande parte desmpregada e desesperada. Os adultos temendo no que os jovens poderiam se tornar, aprovam uma lei chamada Lei de Reforma Educacional do Milênio, ou Battle Royale. A tal "Reforma Educacional" funciona como um Reality Show, onde a cada ano uma turma de estudantes de uma determinada escola, escolhida sempre aleatóriamente, era colocada em uma ilha deserta para lutarem pelas suas vidas. As crianças se vêem num beco sem saída onde alguns preferem cometer suicídio a ter que matar seus colegas de classe. Até aí tudo bem, acompanhei o filme de maneira lúcida. Mas é quando começa a disputa é que tudo se torna uma viagem onde até eu me senti desesperado e louco pela matança entre as crianças.

O diretor japonês Takeshi Kitano está no filme, e muito bem por sinal, representando Kitano, um antigo professor da turma que está na disputa. Mas o estranho é que Kitano está coordenando a matança junto ao exército, para que a Lei seja cumprida e os jovens "imprestáveis" e sem futuro sejam exterminados. Nas cenas em que adultos aparecem, tudo parece ser normal, como se crianças com facas, bestas e até sub-metralhadoras fosse a coisa mais comum. Em partes do filme vemos tudo com certa normalidade, como se fossemos os adultos ali presentes, por mais bizarro que a trama do filme seja. Já em outras cenas nos sentimos desesperados, como os jovens que lutam entre si pela sua vida.

A direção de Kinji Fukasaku é firme e nos leva a crer que estamos assistindo a um anime. A história, mesmo sendo baseada em um mangá, os takes de câmera, até mesmo os diálogos tentam nos dizer que aquilo não é um filme, mas sim um anime. Alguns dos jovens apresentam atuações muito convincentes, desesperadoras, apaixonadas. Outras são passageiras, assim como suas breves estadias no "jogo". Battle Royale é um filme impressionante, chocante, mas que não chega ao ponto de inovar. Mas que trás o melhor que o cinema oriental pode oferecer, sempre regado a muito sangue e cenas de ação. Excelente pedida. Se tiverem a oportunidade assistam, e se não tiverem, corram atrás. Vale a pena.

por monsenhor