
O Tempo que Resta (Franços Ozon, 05)
Um dos mais delicados de Ozon. Um tanto exagerado no sentimentalismo gratuito que não faz muito o estilo do diretor, mas nada que beire ao melodrama nem que seja prejudicial ao filme em geral. O filme apresenta a morte iminente na vida de um personagem de maneira objetiva e repleta de paradoxos. É interessante notar que apesar de ser seu oitavo longa, O Tempo que Resta é o primeiro filme de Ozon em que o personagem central é masculino. E Jeanne Moreau ainda possui uma presença formidável em cena.
Gozu (Takashi Miike, 03)
Uma espécie de Alice no País das Maravilhas bizarro e subversivo quando um Yakuza que perdeu seu irmão que ficou completamente louco e paranóico, resolve procura-lo. Cada situação que o personagem se mete é uma surpresa tão non sense, surreal e sutilmente cômica, que a impressão é que ele se encontra mesmo num mundo de fábulas, remetendo em demasiado a obra escrita por Lewis Carrol. Gozu surpreende a cada revelação do roteiro e com um dos finais mais inusitados e pertubadores do cinema moderno.
Batalha no Céu (Carlos Reygadas, 05)
Filme estranho. Extremamente bem dirigido com movimentos de câmera originalíssimos e uma beleza de fotografia. Mas tudo desperdiçado numa história oca. Subestimado pelo encanto da excelente direção e é claro, da essência do conflito psicológico que se passa na cabeça do personagem principal, a batalha no céu. Não é minha intenção difamar o filme. Pelo contrário, pois gostei muito. Mas um roteiro mais elaborado poderia elevá-lo ao status de obra prima do cinema atual.
Edmond (Stuart Gordon, 05)
Uma bela surpresa do diretor Stuart Gordon. William H. Macy estrela essa jornada de uma noite exacerbada onde tudo pode acontecer e todos os tipos podem surgir. Baseado numa peça de David Mamet, o filme investe totalmente em um personagem. Um sujeito contido que está a beira de explodir e ecoar sua critica ao mundo de merda. Quando acontece, as conseqüências são das mais perturbadoras.
Mary (Abel Ferrara, 05)

Silent Hill (Christophe Gans, 06)
O visual incrível não foi suficiente para esconder os defeitos de Silent Hill. Com pouquíssimos momentos de horror, medo, violência visual e com uma historinha bastante enrolada, Silent Hill acaba decepcionando ao tentar se explicar demais no seu contexto, ao mesmo tempo em que tenta ser fiel ao jogo, inclusive na linguagem. Não combinou.
Por Ronald