31 de maio de 2008

Cruising, aka Parceiros do Crime (1980), de Willian Friedkin

Al Pacino vive um policial que trabalha sob disfarce homossexual para investigar e prender o responsável pela onda de assassinatos de boiolas que assola a cidade e que anda saindo na primeira página dos jornais pelas manhãs. Mas para o diretor Willian Friedkin o que interessa mesmo é a incursão que o personagem faz pelo submundo hardcore gay e como tudo isso afeta o seu psicológico, ou seja, é o típico caso que o cabra vai ter que sentar no divã quando tudo acabar se não vai acabar jogando no outro time, embora isso fique apenas na ambigüidade, o que de certa forma acabou com as chances comerciais do filme. Melhor para os fãs do diretor que acabou apresentado um material subversivo e perturbador cheio de imagens homoeróticas desconfortáveis, como na cena surreal do negão de cueca e chapéu que dá um tapa na cara do protagonista. E é preciso admirar o trabalho de Pacino ao se comprometer com um projeto como este. Provavelmente uma das atuações mais elaboradas de sua carreira, sem os excessos agressivos que lhe deram fama, mas um desempenho complexo, intimista que me impressionou bastante.